Foi como se eu (e, por favor, não leiam isto como juízo de valor aos bons motivos de cada um) estivesse na pele de um dos vários colegas de Faculdade, ativos politicamente, mas que não se filiavam a partidos de esquerda, por exemplo, porque isto poderia atrapalhar suas admissões em concursos públicos (sim..sou desse tempo rs*) e isto fixou no meu espírito.
Conversei com meu Dono à época, que me deixou à vontade para decidir. E eis que coloquei meu retrato sem qualquer comoção maior, restando natural.
Decerto que condições objetivas contribuíram para tanto: tenho uma família atualmente muito pequena, me restam apenas uma avó (expedita e danada), um irmão, uma irmã e sua filha, minha sobrinha e, some-se a isto o fato de que não tenho filhos!
Ascendência e descendência são premissas que entendo devam ser mesmo consideradas e que, no meu caso, explicam a imensa facilidade de tive em “colocar a cara e taras” (rs*) para mandar o meu recado, cuja sub-texto é: “eu não me considero doente!”.
Minha profissão é dessas tradicionais, tenho emprego regular e preciso dele para viver, mas depois de colecionar perdas bem significativas, não sinto um pingo de medo de ser achincalhada pelos meus colegas de trabalho, ser discriminada com eventual *perda de emprego*, dos constrangimentos com amigos e irmãos, etc.
De fato, é o famoso *tô-nem-aí*, mas como prerrogativa da madureza.
Importante frisar que, no meu caso, *mostrar a cara* não se confundiu nunca com fetiche de exibicionista. Foi mais uma atitude auto-afirmativa que, pretensiosamente ou não, queria se amplificar até alcançar *status* de *ação afirmadora*.
Já declarei numa das Listas do yahoo e reafirmo agora: se pudesse usaria camiseta, chaveirinho BDSM!
Fantasia ou não, imagino que se isto atingir, ainda que seja uma única alma (que, hipoteticamente, esteja se sentindo aprisionada e/ou perturbada, dada à impossibilidade de se entender no seu desejo) a sentir-se mais tranqüila diante desta minha literalidade (por assim dizer) como espelho, já terá valido a pena.
Há um outro lado desta equação, interessante de abordar: *mostrar a cara* também paga preço, pode impedir uma espécie de cumplicidade, afastando as pessoas, as amizades.
Pode, ainda, pesar negativamente frente a um Dominador que abomina tal exposição numa submissa, afastando-o!
Outro tipo de desvantagem? O charme dos avatares rs*…são lindos! E a imagem é uma logomarca pessoal, dando conta do recado.
O rosto não seduz ou induz, tampouco se presta para um lúdico subliminar…A “cara” é bem banal, nesta perspectiva.
yayá,
Acho lindo esse teu manifesto e sinto íntimo orgulho por te ter como uma das minhas mais especiais amigas.
Beijinhos,
juju.